A ÁRVORE (8)
Depois de um verão " primaveril", que se despediu com um dia de calor, chegou o Outono, uma estação que para mim é um pouco estranha.
Gosto da cor das folhas a envelhecer, detesto ter que andar a varrê-las.
Saio de casa a meio da tarde e está calor. O sol vai-se embora, fica vento e frio que já parece inverno. Detesto não saber o que vestir.
Gosto de ouvir chover. Detesto ficar toda encharcada.
Mas adoro as paisagens outonais.
Hoje vou compartilhar convosco um poema que há alguns anos fiz para um Amigo muito querido que já partiu.(O sentimento de culpa matou-o) e que tem como mote um poema dele.
"Árvore de folhas despida
Tão nua, triste, displicente
Ignorada por toda a gente
Que árvore és tu?" (L.F.R.M.)
Hoje vi uma árvore assim!
Mas os seus ramos erguidos aos céus
Pareciam braços clamando a Deus
Talvez por ela...talvez por mim.
E então,
Lembrei-me do teu poema
E da árvore que te serviu de tema
E, com tristeza, lembrei-me de ti.
De ti, que partiste tão cedo,
Tão ignorado, tão em segredo
E da última vez que te vi.
Sei
Que começaste a morrer
Quando uma vida quebraste,
Sem querer
Mas ainda hoje não sei
Quando acabaste de viver.
E então,
Quando aquela árvore vi,
De braços nús erguidos aos céus
Em oração, pedindo a Deus
Talvez por ela, talvez por mim,
LEMBREI-ME DE TI.