Pois é, hoje não há nada para festejar. Ou pelos menos não há a razão que eu queria.

Soube hoje que o tratamento não resultou. A hepatite não ficou curada apesar de todo o tratamento ter sido feito como devia e eu ter feito a minha parte. Aliás, todos fizemos a nossa parte.

A Drª.Leonor X.B., que me acompanhou durante a maior parte do tratamento e que não desistiu de mim quando eu estive quase a desistir do tratamento e da vida.

A Drª Beatriz R., que em determinada altura a substituiu e foi também incansável comigo.

A minha família, todos sem excepção (filhos, irmãos, sobrinhos) que me acompanharam fisica e psicologicamente em todos os momentos.

Os meus amigos (virtuais e próximos), que são a família que eu escolhi e que me acompanharam, cada um como pôde, com palavras, posts, telefonemas e abraços.

A todos um grande OBRIGADA.

Agora é preciso manter os cuidados necessários para, dentro do possivel, evitar a cirrose ou o cancro que podem ou não, vir a aparecer. Na opinião da médica

análises e ecografias de seis em seis meses podem prevenir se algum der indicios de o querer fazer.

Alcool, enchidos, fritos e todas as  gorduras estão banidos, (meu rico cozido à Portuguesa).

E, porque enquanto andar neste mundo quero ter vida com alguma qualidade, vou à procura de medicinas alternativas.

Estou triste mas não estou derrotada.

ESTOU VIVA e só por isso tenho razões para DAR GRAÇAS A DEUS e às FORÇAS DO BEM que me protegem, confortam e animam.

  Mas ontem fui ao psicólogo.

Precisava que  me passasse uma carta em que desse a opinião dele quanto ao meu estado de saúde  psicológico sem o qual não posso iniciar o tratamento.

Acontece que me descuidei e não marquei a consulta a tempo e horas no Centro de Saúde.

Agora tive que recorrer a um semi-particular (porque a Junta de Freguesia disponibiliza as instalações e as consultas são muito mais baratas) mas gostei do psicolólogo e do facto da consulta não ser feita num consultório normal.

Depois de conversarmos bastante sobre a minha vida presente e passada e depois de ele chegar à conclusão de que tenho na minha vida muitas coisas mal resolvidas e que ainda me magoam, passou-me a carta. 

Fez-me muito bem desabafar  coisas que normalmente não falo com ninguém mas o facto de se ter criado empatia entre ambos ajudou muito. 

Fez-me verbalizar sentimentos em que normalmente não penso. Perguntou-me se a minha relação com o meu ex-marido era amor-ódio. Nunca tinha pensado nisso e entre ambos chegámos à conclusão que é somente (?) revolta e (ainda) muita raiva.

Pelo que me apercebi tenho ainda muita coisa para compreender e aprender da minha vida. 

Mas logo vou ao Hospital e espero vir de lá com a certeza de que vou finalmente fazer o tratamento e curar-me.