Mais uma vez as mulheres estão em luta pelos seus postos de trabalho. Umas para o manterem, outras para recuperarem o que já perderam.

Este deveria ser um dia de vitórias, de alegria, de felicidade em que as mulheres receberiam flores e, simbolicamente, o obrigado de toda a comunidade e família por serem SUPER MULHERES: Esposas,Mães, Donas de Casa e, simultâneamente trabalhadoras fora de casa.

Se algumas ainda têm a felicidade de receber uma flor,um jantar, um mimo, muitas há para quem a suprema felicidade hoje seria a garantia de que amanhã sairiam de casa para mais um dia de trabalho estafante mas que garantiria a renda de casa paga e a comida na mesa.

Em contrapartida para muitas será mais um dia na fila do Centro de Emprego ou mais outro a calcorrear lojas e serviços a entregar curriculos e a pedir o direito de trabalhar.

 Muitas já nem exigem a justa remuneração do seu serviço, outras até já se contentam com part-time.

Eu sou hoje uma das priveligiadas que, na companhia de outras mulheres que já estamos aposentadas ou ainda têm trabalho, vamos jantar juntas mas já tenho na família mulheres que todos os dias se levantam, não para irem trabalhar mas para o procurarem e dói muito vê-las regressar a casa desiludidas e derrotadas.E, apesar de tudo, ainda não são as que mais sofrem porque têm suporte familiar. 

E aquelas que o não têm? Como podem festejar?