Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

rodrigando

Aqui falo de mim, dos que amo, dos meus sonhos, das minhas alegrias e tristezas e de tudo o que gosto...ou não.

rodrigando

Aqui falo de mim, dos que amo, dos meus sonhos, das minhas alegrias e tristezas e de tudo o que gosto...ou não.

FAROL (15)

rodrigando, 08.05.10

 

 



  •  

     

     

     

     

     

    Perdida nesta imensidão que é a minha vida.

    Nem triste,nem só, nem abandonada...

    Sozinha apenas.

    Procuro uma luz que ilumine esta escuridão

    Luz quente que me aqueça o coração

    E de novo me faça crer

    Que é bom continuar a viver.

    Por isso, ao entardecer,

    Sento-me perto do mar

    E enquanto, de mansinho,

    Ouço o marulhar

    Fico à espera que te acendas

    E ,tal como o barco à deriva

    Procura a tua luz para não naufragar,

    Eu volto a casa.

    E aguardo o romper da aurora

    Para, também eu, recomeçar.

    ESCOLA INDUSTRIAL AFONSO DOMINGUES / TGV

    rodrigando, 07.05.10

     

     

    E.S. Afonso Domingues

     

    Ontem partiu-se um bocadinho de mim.

    Ouvi a notícia de que por causa do TGV a Escola Industrial Afonso Domingues vai desaparecer.

    O meu pai que, se fosse vivo faria em Julho 95 anos, foi aluno desta Escola. Aos 13 anos estava a frequentar o 4º Ano.

    Numa época em que, infelizmente, a grande maioria da população era analfabeta, foi sempre para nós motivo de muito orgulho a  educação, instrução e formação do meu Pai.

    Tecnicamente foi ele o meu primeiro professor e, lembro-me bem, de nas noites claras de Verão ele nos ensinar as Constelações e tantas outras coisas.

    Circunstâncias familiares adversas impediram-no de acabar o Curso mas ficou-lhe sempre o gosto pelo estudo.

    Por essa razão aquela Escola fez também sempre parte das nossas recordações de família.

    Ontem, ao ouvir a notícia, foi como se uma dessas recordações se tivesse perdido.

    Claro que sou das pessoas que penso que o TGV vai beneficiar-nos, veja-se o caos que houve quando os aeroportos fecharam e, Deus sabe, o que ainda mais virá por aí mas lá que fiquei triste com esta notícia fiquei..

    Resta saber se também o Convento das Comendadeiras de Santos, que foi a minha primeira casa e de quase toda a minha família, porque está velha e bem perto da Afonso Domingues não será também sacrificada.

    Progresso sim mas a que preço? E eu até não sou saudosista mas...

    1º DE MAIO - DIA DO TRABALHADOR

    rodrigando, 01.05.10

     

     

     



     

     

     

    Hoje é o DIA DO TRABALHADOR e eu recordo, com muitas saudades, o primeiro que festejei: 1º de Maio de 1974.

    Até ali já tinha passado por alguns 1º de Maio mas eram dias de luta, de confusão. de revolta e mais do que uma vez de pancadaria.

    Lembro-me das ruas da Baixa de Lisboa cortadas quer aos carros quer aos peões e cheias de polícias.

    Lembro-me de um certo pai, dobrado sobre si próprio, para proteger o bebé que transportava  da maldade e estupidez  de quem lhe batia, indiferente ao facto dele levar uma criança de colo, só porque ele teve o azar de ir no meio da rua quando outras pessoas que fugiam duma carga policial para lá fugiram.

    Era um jovem que todas as tardes atravessava a Rua Barros Queirós,vindo do lado do Martim Moniz para o Rossio e que chamava a atenção por, naquele tempo, pouco serem os pais sozinhos com bebés ao colo.

    Naquele tempo eu trabalhava numa loja e mais do que uma vez nos entraram pela porta dentro, agredindo clientes que lá  estavam.

    Depois, em 1974, tudo parecia possivel. O povo na Rua, festejava alegre e ruidosamente, ainda todos a comungar da euforia.

    A seguir vieram exigências, umas justas outras nem tanto. Vieram retaliações,  medos,divisões, desentendimentos, ameaças e sacrificios mas tudo parecia merecer a pena para o povo que conquistara a liberdade de falar, de se reunir,de opinar sobre o que queria ou não para o seu País.

    Passados 36 anos continuo a pensar e a acreditar que tudo valeu a pena.

    Só não acredito que se peça aos trabalhadores para continuarem a apertar os cintos,que abdiquem dos subsidios de férias ou de Natal,na maioria dos casos única forma de "tapar os buracos" que se tiveram que abrir no dia a dia,  quando ainda ninguém ouviu dizer que que os gestores das grandes empresas iam abdicar dos seus chorudos bónus, nem os ex-deputados, ex-ministros, ex- qualquer coisa, abdicavam das pensões de reforma e se governavam APENAS com os ordenados que recebem actualmente das empresas a que estão ligados.

    Mas eu,que continuo a sonhar e a acreditar que um dia, neste País de brandos costumes, todos os gestores e governantes serão honestos, governando o País, sem se governarem primeiro a si, vou festejar o 1º de Maio,esperando e desejando que nunca tenha de o voltar a viver da mesma forma de antes de 1974.

    FELIZ DIA DO TRABALHADOR.

     

    Pág. 2/2