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rodrigando

Aqui falo de mim, dos que amo, dos meus sonhos, das minhas alegrias e tristezas e de tudo o que gosto...ou não.

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Aqui falo de mim, dos que amo, dos meus sonhos, das minhas alegrias e tristezas e de tudo o que gosto...ou não.

QUE VIDA DE FAMILIA ?

rodrigando, 03.10.09

 Quando eu tinha pouco mais de vinte anos trabalhava numa loja, na parte do escritório. Em relação aos outros funcionários era uma previlegiada porque tinha horário reduzido em 1 hora. 

O pior eram os sábados porque saíamos às 7 horas da tarde. Tinhamos a chamada semana inglesa (encerramento às 13) durante os meses de Verão.

Até na véspera de Natal eu  tinha o previlégio de sair às 7 enquanto os restantes colegas saiam às 9 horas da noite.

Claro que nestas condições a ceia de Natal teria que ser mesmo à meia-noite. Mas as mulheres, cansadas de um dia de trabalho, que ainda por cima era anormalmente trabalhoso, que vontade e coragem teriam para fazer uma Noite de Natal festiva?

Muito lutámos na altura com manifestações e bastonadas da Polícia à mistura, para conseguirmos alterar os horários de trabalho!

Conseguimos a semana inglesa todo o ano. Conseguimos que na véspera de Natal as lojas fechassem à mesma hora dos outros dias.O Domingo era incontestavelmente dia de descanso.

Eu, como  entretanto tinha mudado de trabalho, até já nem trabalhava na véspera de Natal. 

Passados tantos anos constato que ainda estamos pior do que estávamos.

Os trabalhadores das grandes superficies trabalham sábados,domingos e feriados e,  na vespera de Natal, novamente até às 9 horas da noite.

Há mesmo uma cadeia de lojas que no Domingo de Páscoa fecha da 1 às 3 da tarde para que os funcionários possam ir almoçar com a família! Estão novamente a GOZAR com o pessoal!

Há mães  e pais que só vêem os filhos acordados nos dias de folga deles,que não são os das crianças. Nesses dias os filhos  têem escola. Se não houver por trás destas familias avós ou outros parentes que tomem conta das crianças é preciso pagar a amas para o fazer e Deus sabe que algumas nem sequer são bem tratadas, além de ser mais um rombo no orçamento.

Atrás das grandes superfícies os pequenos comerciantes seguiram-lhes o exemplo.

Actualmente temos famílias em que os pais vêem os filhos quase sempre quando eles estão a dormir e vice-versa.

Pergunto-me: Que vida de família é esta? 

Podemos protestar que há crianças irrequietas,mal educadas,que não trazem educação de casa etc.etc.etc. mas quando vamos aos centros comerciais, aos fins de semana, jantar ou passear com os nossos filhos, alguma vez parámos para pensar que as mulheres e os homens que nos atendem não podem fazer o mesmo com os deles?

Claro que não! Isso far-nos-ia sentir tão mal que nos estragaria o passeio!

Afinal em que é que a nossa familia é diferente da deles?

Todos precisamos de trabalhar.Todos precisamos de ganhar. Todos podíamos parar um bocadinho para pensar: Que vida de família fazemos nós?

 

                                                                                                                     

 

                                                                                                                      

 

3 comentários

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    rodrigando 04.10.2009

    Ola tresgues
    Se todas as pessoas se conseguissem ao menos por um dia por-se no lugar das outras,não seriamos tão egoistas.
    Eu, a unica vez que saí do país ,foi para ir ali "ao lado" a Espanha e foi já no tempo da outra senhora.Traziamos uma garrafa de coco-cola para abrir com os amigos e tentarmos perceber porque razão eram proibidas em Portugal e fomos obrigadas pela Policia Alfandegária a deitá-a fora antes de reentrarmos em Portugal.
    Mas sei, pelo filho do meio e pelos amigos ,que lá fora trabalha-se e é-se compensado por isso,quer em ordenado quer em condições de vida.Também não fazem a vida de café que muitos por aqui fazem,nem se falta ao trabalho por qualquer razão mas, como eu não faço nem uma coisa nem outra,não me teria sido dificil adaptar-me a um país desses.
    Penso que ao fim e ao cabo muitas vezes acomodamo-nos a este ramerrão e só quando algo nos toca de perto é que pensamos como é injusto. A mim incomoda-me pensar que os portugueses são considerados no estrangeiro pelas capacidade de trabalho e aqui em Portugal, por mais que se esforcem ,não têm valor. Incomoda-me saber que há países com menos recursos que o nosso que têem uma boa qualidade de vida e nós não passamos disto.
    Não consigo perceber porquê.
    Será só fruto de mau governo,como muitos dizem? Mas então porque é que trocam nós não sentimos diferença?
    Penso que é mais fruto das mentalidades porque
    ainda continuamos a pensar que se eu estou bem os outros que "se lixem",desculpe a expressão.Um grande abraço e,estou a estranhar,que se passa com o s eu fim de semana? Não costuma andar por aqui!
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    tresgues 05.10.2009

    Pois não costumo, mas por ser um fim-de-semana grande e eu ter muito que fazer (papelada que detesto e arrumações daquelas que precisamos de três dias seguidos para fazer, sabe?) aproveitei-o. Depois nos próximos fds já há menos gente por todo o lado... e vou eu! ;) (É muito ano de vida!;)
    Concordo com tudo o que disse. Ainda hoje li no diário económico (sim, também sou pessoa para isso) qualquer coisa como: os portugueses olham mais pelos seus direitos - em demasia - do que pelos seus deveres. Pois é. E os cafés, restaurantes, etc, cheios - de manhã, à tarede e à noite. Outro dia alguém me dizia: só gostava de ter empregados portugueses, mas só tenho dois. Os outros? Alguns até formados, mas são moldavos, checos, romenos, etc... e que bons trabalhadores. Há qq coisa que não "bate a bota com a perdigota." É. E lá fora somos considerados bons trabalhadores... E cumprem-se horários, E cumprem-se regras. Quem "prevarica" sabe que é responsabilizado, na hora, por isso. Enfim... Aqui, é bem mais fácil criticar do que arregaçar as mangas e trabalhar. Seja no que for. É que para chegar bem lá a cima, às vezes, temos de começar por baixo. E quantas vezes recomeçar de novo... Humildade qb, também falta por aí.
    É melhor parar por aqui pq não são horas para estas divagações. (Adoro fazer arrumações... mas perco-me nos horários.)
    Agora vou ali e já venho!
    Boa nôte!
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